Nunca disse que seria fácil. Disse apenas que compensaria.
domingo, 31 de janeiro de 2010
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Cem anos de solidão
“...Úrsula se perguntava se não era preferível se deitar logo de uma vez na sepultura e lhe jogarem a terra por cima, e perguntava a Deus, sem medo, se realmente acreditava que as pessoas eram feitas de ferro para suportar tantas penas e mortificações.
E perguntando e perguntando ia atiçando sua própria perturbação e sentia desejos irreprimíveis de se soltar e não ter papas na língua como um forasteiro e de se permitir afinal um instante de rebeldia, o instante tantas vezes desejado e tantas vezes adiado, para cortar a resignação pela raiz e cagar de uma vez para tudo e tirar do coração os infinitos montes de palavrões que tivera que engolir durante um século inteiro de conformismo.
– Porra! – gritou.
Amaranta, que começava a colocar a roupa no baú, pensou que ela tinha sido picada por um escorpião.
– Onde está? – perguntou alarmada.
– O quê?
– O animal! – esclareceu Amaranta.
Úrsula pôs o dedo no coração.
– Aqui – disse.”
E perguntando e perguntando ia atiçando sua própria perturbação e sentia desejos irreprimíveis de se soltar e não ter papas na língua como um forasteiro e de se permitir afinal um instante de rebeldia, o instante tantas vezes desejado e tantas vezes adiado, para cortar a resignação pela raiz e cagar de uma vez para tudo e tirar do coração os infinitos montes de palavrões que tivera que engolir durante um século inteiro de conformismo.
– Porra! – gritou.
Amaranta, que começava a colocar a roupa no baú, pensou que ela tinha sido picada por um escorpião.
– Onde está? – perguntou alarmada.
– O quê?
– O animal! – esclareceu Amaranta.
Úrsula pôs o dedo no coração.
– Aqui – disse.”
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Colombina
Meu amor se compõe do amor de todos dois
Hesitante entre vós, o coração balanço:
O teu beijo é tão doce, Arlequim...
O teu sonho é tão manso, Pierrot...
Pudesse eu repartir-me e encontrar minha calma
dando a Arlequim meu corpo...e a Pierrot, minha alma!
Quando tenho Arlequim, quero Pierrot tristonho,
Pois um dá-me prazer, o outro dá-me o sonho!
Nessa duplicidade o amor todo se encerra:
Um me fala do céu...outro fala da terra!
Eu amo, porque amar é variar e,
em verdade, toda razão do amor está na variedade...
Penso que morreria o desejo da gente
Se Arlequim e Pierrot fossem um ser somente,
Porque a história do amor só pode se escrever assim:
Um sonho de Pierrot
E um beijo de Arlequim!
Hesitante entre vós, o coração balanço:
O teu beijo é tão doce, Arlequim...
O teu sonho é tão manso, Pierrot...
Pudesse eu repartir-me e encontrar minha calma
dando a Arlequim meu corpo...e a Pierrot, minha alma!
Quando tenho Arlequim, quero Pierrot tristonho,
Pois um dá-me prazer, o outro dá-me o sonho!
Nessa duplicidade o amor todo se encerra:
Um me fala do céu...outro fala da terra!
Eu amo, porque amar é variar e,
em verdade, toda razão do amor está na variedade...
Penso que morreria o desejo da gente
Se Arlequim e Pierrot fossem um ser somente,
Porque a história do amor só pode se escrever assim:
Um sonho de Pierrot
E um beijo de Arlequim!
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