segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Rani Ghazzaoui

E olhando em volta de mim eu tenho que dizer que não poderia ser melhor. De todos os perrengues, de todas as lutas — internas e externas –, de todos os corações partidos e vontades agudas depositadas em caixinhas com fita de cetim; eu acabei por sair ilesa. Acabei me tornando alguém muito mais cética, mas ao mesmo tempo mais pé no chão e bem mais madura.

Eu descobri, de verdade, que a vida feita de “se” não era a vida que ia me fazer feliz. Descobri que muitas pessoas chegam, mas que a maioria delas vai embora e não há muito o que se fazer a não ser dizer adeus. Descobri que não há bem maior do que o amor, principalmente o próprio. Descobri que ninguém, nunca, vai ser altruísta ao ponto de deixar de ser feliz para que você seja feliz, e que ser feliz é muito relativo; portanto as pessoas que mostram ser felizes demais e o tempo todo são, na verdade, as mais tristes de todas.

Aos vinte a madrugada já perdeu um pouco a graça e começou a dar uma vontadezinha besta de aproveitar mais o dia. Aos vinte a criança foi embora e veio chegando um sentimento meio tia. Aos vinte se festa, se estuda, se trabalha — tudo isso sem tanta disposição e inocência, mas com muito mais glamour. Eu que fui uma criança prodígio em muitos aspectos fico muito feliz de saber que cheguei aos vinte sendo, em muitos momentos, uma adulta bem infantil.

A vida passa cheia de coisas na nossa frente e a gente cresce achando que a felicidade é um plano longínquo e futurista, quando na verdade a graça toda da história é a felicidade ser fugaz.

E eu cheguei aos vinte assim, toda cheia de tristeza quando me coube sofrer, mas transbordando de alegria quando o negócio era ser feliz..”

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Waiting for my song

Someone is there
waiting for my song
I'm only looking
for someone to sing along

Deep in the sky
Down where treetops bloom
I know my heart will always lead me back to you

Someone to lose my heart for
who stops the rain and tears
someone that brings me flowers
someone who cares for me

Someone is there
waiting for my song
I'm only looking
for someone to sing along

When all my dreams
finally reach yours
we will aprise and maybe find the word "true love"



...
Eu adoro essa musiquinha!

Acho super meiga.
Lembro que minha sobrinha quando era bebezinha,
e passava o comercial do mercado livre na tv,

ela parava de fazer oq fosse e prestava atenção na tv.

Uma musica encantadora.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Alegria

É um palhacinho no coração da gente.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dos Pais

Meu pai já se foi e ainda sinto muitas saudades.
Não é com orgulho que digo que não lembrei de seus aniversários.
Me sinto um pouco culpada e relapsa. Sempre fui assim com datas.
Mas ao mesmo tempo digo que durante esses dois anos sem ele,
foram poucos os dias em que eu não pensei em meu pai.
Posso até dizer que pensei nele nas datas especiais, porém sem reverenciar o dia como deveria.
Hj posso fazer diferente, e homenagear o quanto ele foi importante em vida.

Apesar dos problemas que ele tinha e que eu tinha, amei muito meu pai, sofri muito por ele.
Rezei por ele quando era criança e não entendia bem o que acontecia, mas sabia que tinha algo errado, rezei quando era criança para ele ficar bom. Naquela inocencia toda que a idade me proporcionava.

Quando cresci mais um pouco, na minha adolescencia, eu enxerguei que o fato nao tinha a ver com fé em Deus e sim fé em meu pai.
Que era só ele ter força de vontade suficiente para as coisas melhorarem.
E sofri pq a força de vontade dele nunca veio, ou se veio não foi tão forte.

Então, no final da minha fase rebelde e entrando na fase adulta, eu passei a ser dura com ele, pq eu sentia raiva. Raiva pq eu não conseguia fazer nada.
E eu tentei, tentei e tentei. A unica forma que eu vi que poderia ajuda-lo, foi de sempre falar a verdade para ele, mesmo que doesse muito, e acreditem - doía nele e em mim.

Mas ainda sim, não consegui, e nem meu irmão conseguiu. E ai a gente foi desistindo devagar.
Até nascer minha sobrinha, que foi como uma luz que envolveu meu pai e aqueceu ele de uma forma terna e cheia de amor. E ele melhorou e se cuidou e eu fiquei feliz e aliviada.
Mas já era tarde... já era tarde.
Não tinha volta, o corpo dele já não tinha forças.

Qdo ele realmente ficou ruim, eu estava grávida, não podia ir vê-lo. Ele mentia para mim e dizia que estava bem. E eu quis acreditar nisso. Eu não estava feliz na época, a minha filha, minha gravidez, que me deu forças. Me ergueu.

A última vez que falei com meu pai, foi quando minha filha nasceu.
Pelo telefone, eu estava no hospital, liguei para dizer que tinha dado tudo certo.
Ele ficou feliz e se emocionou, e eu disse:
"Pai, assim que der eu vou levar ela ai para o senhor conhece-la"

Mas isso nunca aconteceu. Ele foi internado no mesmo dia.
E ele dormiu para sempre 22 dias depois.
Eu sei o quanto ele estava assustado, e o quanto ele queria viver, pela minha sobrinha talvez,
que deu um novo sentido para ele.

Só que a vida é feita de escolhas.
E ele não tinha feito as escolhas que eu gostaria que ele tivesse feito.

Hj é um dia especial para muitos, e aconselho a sempre
deixar claro o qto seu pai é importante para você.
Eu sempre fiz isso, pq cada vez q eu ia embora eu não sabia se eu o encontraria de novo. E isso me dá um pouco de paz.

Diga que ama sem medo, diga que sente falta, e que por mais que vc não siga seus conselhos, você escuta, considera e tira oq vc julga ser produtivo.
Se ele tiver problemas tente ajudar por mais que pareça que não há esperança.
Você vai encontrar um jeito, assim como eu fiz.
E se vc não tem costume de conversar com teu pai, dê inicio agora.
Ou então veja um programa de tv juntos, nem precisam trocar palavras. Passe um tempo com ele.

Pro meu pai, bastava ele saber que eu estava lá, que ele estava bem com o coração dele.
Mas qdo ele dava brecha eu sempre tentei conversar, e ele tb. Ele gostava de conversar.
Meu pai era uma otima pessoa, e tinha um potecial enorme de ser alguem, pq ele era inteligente,
lia muito, sempre informado. Conseguia conversar sobre qualquer assunto. Tinha bom gosto para música (graças a Deus), e sempre amou muito, amava tanto que sufocava.

Hj sinto falta de me sentir sufocada.

Eu amo olhar para o céu qdo passa um avião, adoro ver eles decolarem, pq qdo eu era pequena
meu pai morava perto do aeroporto e levava a gente para ver os aviões, e os para-quedistas saltarem. Hj em dia qdo vejo um avião eu me lembro dele. Se eu escuto Dire Straits, eu me lembro dele. Se alguem esta vendo Discovery eu me lembro dele. Se alguem usa o desodorante Axe, eu me lembro dele mais ainda. Quando eu penso na minha infância, eu me lembro dele. Minha infancia de pé no chão e terra, de vó fazendo pão caseiro e tomando suco tang, zé gotinha, andorinhas no céu, tombos, primos, minha infância na minha cidade natal ... foi maravilhosa.
Agradeço a ele sempre e sempre.

Então é isso. Minha pequena homenagem a esse homem que me ensinou mesmo não se dando conta, e que os problemas foram grandes mas o amor também foi.

Pai eu amo você.
Sua essência e energia sempre estará no mundo e em mim.
Eu aprendi a te ver nas coisas simples.

Maíra Sperançolo



terça-feira, 3 de agosto de 2010

A gente ainda não sabia

A gente ainda não sabia que a Terra era redonda.
E pensava-se que nalgum lugar, muito longe,
Deveria haver num velho poste uma tabuleta qualquer
— uma tabuleta meio torta
E onde se lia, em letras rústicas: FIM DO MUNDO.

Ah! Depois nos ensinaram que o mundo não tem fim
E não havia remédio senão irmos andando às tontas
Como formigas na casca de uma laranja.
Como era possível, como era possível, meu Deus,
Viver naquela confusão?
Foi por isso que estabelecemos uma porção de fins de mundo...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

"-Com um sorriso desses - disse Hans Hubermann - você não precisa de olhos."

sexta-feira, 2 de julho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Copa do Mundo

(...) mas sempre me comovo com esse sentido de união nacional meio fajuto que se vê a cada quatro anos. Me comovo com as mocinhas nos pontos de ônibus com faixas na cabeça, com os velhinhos e velhinhas de bonés verde-amarelos que alguma loja de material de construção ou posto de gasolina deu de brinde, com motoristas de ônibus e táxi que colocam bandeirinhas na janela.
E com as crianças, que em Copas do Mundo têm seu primeiro, e a partir daí quadrienal, contato com essa coisa meio parecida com patriotismo. As crianças se divertem e se espantam ao ver um monte de gente torcendo para o mesmo time, elas que vivem num ambiente — real, virtual e televisivo — em que um quer comer o outro o tempo todo, e um jogo de futebol interrompe, por algumas horas, essa realidade competitiva que se aprende na escola e se apreende na vida. É isso o que faz o futebol numa Copa do Mundo: coloca todos do mesmo lado, mesmo que por alguns instantes, apenas.
Flávio Gomes
Penso como ele...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Jamais olhava para trás, jamais: o que estava feito, estava feito, estava consumado, estava para sempre imutável, inamoldável, fechado em si mesmo, estanque: o tempo.

sábado, 3 de abril de 2010

O amor de Bukowski

“O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse?

Mas a gente nunca conhece…”

quinta-feira, 1 de abril de 2010

quarta-feira, 10 de março de 2010

Caio Fernando de Abreu

‘Sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor pois se eu me comovia vendo você, pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo, meu Deus como você me doía de vez em quando. Eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes pra abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada, só olhando e pensando meu Deus como você me dói de vez em quando.’

terça-feira, 2 de março de 2010

Rita Apoena

Quando um paizinho dorme para sempre, ele não atende mais o telefone, não aparece no portão, não adianta chamá-lo pelo nome ou dizer que é dia de futebol.

É que quando um paizinho dorme para sempre, ele fica espalhado no mundo, em todas as coisas pequenas, e a gente precisa de muita delicadeza para encontrá-lo de volta.

No começo, a gente só o encontra nos suspiros da mãe, nos olhos do cachorro esperando no portão, na cadeira vazia, no remendo do armário, no prego segurando o quadro, na garrafa de vinho, pela metade.

Aos pouquinhos e devagar, a gente começa a encontrá-lo nas alegrias do mundo, no vôo das cotovias, no desenho das nuvens formando barquinhos e caravelas, numa pessoa sem mágoa, na toalha sem nódoa, e até quando felizes nossos olhos vão se enchendo d'água...

segunda-feira, 1 de março de 2010

De qualquer forma, poderia tê-lo amado muito. E amar muito, quando é permitido, deveria modificar uma vida – reconheceu, compenetrado.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

posso ser leve como uma brisα ou forte como umα ventaniα,
depende de quando e como você me vê passαr.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Nunca disse que seria fácil. Disse apenas que compensaria.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Cem anos de solidão

“...Úrsula se perguntava se não era preferível se deitar logo de uma vez na sepultura e lhe jogarem a terra por cima, e perguntava a Deus, sem medo, se realmente acreditava que as pessoas eram feitas de ferro para suportar tantas penas e mortificações.

E perguntando e perguntando ia atiçando sua própria perturbação e sentia desejos irreprimíveis de se soltar e não ter papas na língua como um forasteiro e de se permitir afinal um instante de rebeldia, o instante tantas vezes desejado e tantas vezes adiado, para cortar a resignação pela raiz e cagar de uma vez para tudo e tirar do coração os infinitos montes de palavrões que tivera que engolir durante um século inteiro de conformismo.

– Porra! – gritou.

Amaranta, que começava a colocar a roupa no baú, pensou que ela tinha sido picada por um escorpião.

– Onde está? – perguntou alarmada.

– O quê?

– O animal! – esclareceu Amaranta.

Úrsula pôs o dedo no coração.

– Aqui – disse.”

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Colombina


Meu amor se compõe do amor de todos dois
Hesitante entre vós, o coração balanço:

O teu beijo é tão doce, Arlequim...
O teu sonho é tão manso, Pierrot...

Pudesse eu repartir-me e encontrar minha calma
dando a Arlequim meu corpo...e a Pierrot, minha alma!

Quando tenho Arlequim, quero Pierrot tristonho,
Pois um dá-me prazer, o outro dá-me o sonho!

Nessa duplicidade o amor todo se encerra:
Um me fala do céu...outro fala da terra!

Eu amo, porque amar é variar e,
em verdade, toda razão do amor está na variedade...

Penso que morreria o desejo da gente
Se Arlequim e Pierrot fossem um ser somente,


Porque a história do amor só pode se escrever assim:
Um sonho de Pierrot
E um beijo de Arlequim!